quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

As portas do perdão estão sempre abertas


Se na Igreja não existisse a remissão, não existiria esperança


O Catecismo da Igreja diz algo muito importante: “Não há  pecado algum, por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. "Não existe ninguém, por mau e culpado que seja, que não deva esperar, com segurança, o seu perdão, desde que seu arrependimento seja sincero." Cristo, que morreu por todos os homens, quer que, em Sua Igreja, as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado” (§982).

Então, nenhum pecador pode se desesperar ou desanimar da salvação; seria falta de fé. Basta uma gota do preciosíssimo Sangue de Cristo para perdoar todos os nossos pecados. No entanto, Ele derramou todo o Seu Sangue por nós. Só não pode ser perdoado o pecador de que tiver o coração endurecido e não corresponder à graça de Deus, fechando-se para o arrependimento; é o pecado contra o Espírito Santo. Neste caso, a falta do perdão não acontece por falta de misericórdia divina, mas por ação do pecador que rejeita o perdão de Deus.

Assista também: "O perdão é o caminho para a cura", com o saudoso padre Rufus Na remissão dos pecados, os presbíteros e os sacramentos são instrumentos que nosso Senhor Jesus Cristo, único autor e dispensador de nossa salvação, faz uso para apagar nossas iniquidades e dar-nos a graça da justificação. Por isso, não podemos fugir deste sacramento como alguns o fazem; ao contrário, frequentemente temos de buscar nele o perdão de nossas faltas para ter a consciência em paz conosco e com Deus. A Igreja chama a penitência de "sacramento de cura".

Santo Ambrósio (340-397), o grande doutor que batizou Santo Agostinho, disse que Jesus quis dar a Seus discípulos um poder imenso: que seus pobres servidores realizem em Seu nome tudo que havia feito quando estava na terra. É melhor confessar-se com um sacerdote, humano e também pecador, que entende a nossa fraqueza, do que se confessar com um anjo que nunca pecou. No sacramento da confissão há uma pedagogia divina que nos leva ao ministro sagrado para não só ser perdoado, mas também ser orientado para livrar-se do pecado, o pior de todos os males. (De Paenitentia 1,8,34)

Vemos, então, que os presbíteros receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos nem aos arcanjos. O Senhor sanciona, lá no alto, tudo o que os sacerdotes fazem aqui embaixo, disse outro doutor da Igreja, São João Crisóstomo (349-407) (Sac. 3,5). Santo Agostinho disse que: “Se na Igreja não existisse a remissão dos pecados, não existiria nenhuma esperança, nenhuma perspectiva de uma vida e de uma libertação eternas. Demos graças a Deus, que deu à Igreja tal dom” (Salmo 88,2,5).


    
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Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino @pfelipeaquino, é casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Lidando com o luto

Elaborar o luto é viver os sentimentos tais como eles são
“A morte como perda nos fala, em primeiro lugar, de um vínculo que se rompe de forma irreversível, sobretudo quando ocorre perda real e concreta. Nesta representação de morte estão envolvidas duas pessoas: uma que é ‘perdida’ e a outra que lamenta esta falta, um pedaço de si que se foi. O outro é em parte internalizado nas memórias e lembranças. A morte como perda evoca sentimentos fortes, pode ser então chamada de ‘morte sentimento’ e é vivida por todos nós. É impossível um ser humano que nunca tenha vivido uma perda. Ela é vivida conscientemente, por isso é, muitas vezes, mais temida do que a própria morte. Como esta última não pode ser vivida concretamente, a única morte é a perda, quer concreta, quer simbólica” (KOVACS, 1992).
É interessante avaliar o medo da morte como algo cultural, construído na forma como fomos criados, pois tocamos naquilo que é desconhecido, que um dia viveremos, mas não sabemos quando nem como. Falo de tudo isto, pois saber lidar com a morte é, na verdade, saber lidar com perdas diárias, mesmo que pequenas.
Estes sentimentos são similares, porque se perde o envolvimento afetivo e todas as conquistas que podem ser obtidas por meio daquele vínculo que se perdeu, como, por exemplo, o carinho, uma posição de destaque, o reconhecimento, a proximidade, a troca e tantos outros sentimentos e situações que deixam de ocorrer com a perda.
Elaborar o luto é viver os sentimentos tais como eles são: com choro, com reservas, com necessidade de falar; lidar com a raiva, o desapontamento e todas as formas com as quais a pessoa consiga manifestar, a seu tempo, tudo aquilo que sente. Pessoas de confiança e proximidade são muito importantes neste tempo, mas devem deixar que a pessoa também se manifeste. Frases como: “não chore, não seja fraco, ele não gostaria de te ver chorando” nem sempre ajudam, uma vez que a forma de manifestar a dor, em cada um de nós, é diferente. Como percebemos, viver o luto é um processo que, passo a passo, vai sendo superado. Em datas comemorativas – aniversário, Natal, Dia dos Pais, dentre outras, a pessoa será lembrada e os sentimentos em cada fase serão os mais variados. Apenas quando os sintomas negativos forem persistentes e duradouros demais, podemos pensar que a superação desta perda e suas etapas não foram bem vividas, tanto no mundo externo quanto interno da pessoa.
Se esses sintomas forem fortemente repetitivos, quando se aproximam essas datas este é um forte sinal de que a pessoa não está vivendo corretamente as etapas necessárias para a sua superação, tanto em seu mundo externo, quanto, principalmente, em seu mundo interno.
Em tudo, lembramos ainda que o conforto espiritual é muito importante e até mesmo diferencial em todas as situações que vivemos, especialmente no luto, pois a fé também é o alimento que nos sustenta nesta caminhada sem aquela pessoa que tanto amamos e de quem tanto sentimos falta. Sentir e vivenciar este processo doloroso é essencial para este momento de superação, ou seja, lembrar o que foi bom, perdoar as mágoas, não se culpar por aquilo que eventualmente não tenha feito pela pessoa que se foi e acima de tudo, viver esta dor partilhando com alguém, sem medo de chorar e colocar para fora o que sente e, desta forma, podendo superar esta etapa de vida.

Elaine Ribeiro
psicologia01@cancaonova.com
Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova.

“Sob o olhar materno da Senhora Aparecida, Padroeira do nosso Brasil, creio ser muito oportuno convidá-los para uma atenta reflexão…”

Publicado por: Thiago Maia


Sob o olhar materno da Senhora Aparecida, Padroeira do nosso Brasil, creio ser muito oportuno convidá-los para uma atenta reflexão, neste mês de outubro, mês do Rosário, conforme nossa tradição católica, e à luz dos Mistérios do Senhor Jesus, sobre a fundamental dimensão missionária que caracteriza a Igreja Católica.
Acostumamo-nos, no passado, a considerar “missão” um assunto fora do nosso espaço local, algo a ver com situações de outros países, como África, Ásia, etc. Esta posição bastante cômoda, dispensava-nos de olhar a nossa própria realidade como Igreja de Cristo, já que, para nós, ela estava bem implantada em nosso país.
Fatores múltiplos inerentes ao processo de desenvolvimento sócio-econômico-cultural irromperam rapidamente, nos últimos tempos, especialmente após o Concílio Vaticano II despertando-nos para a urgente dimensão missionária do nosso ser.
Na conferência de Aparecida, em maio de 2007, o Santo Padre Bento XVI confirmou, com sua bênção, as intuições muito fortes resultantes dos trabalhos da Conferência. Assim, lemos com fé e muita emoção, estas palavras da Introdução ao Documento de Aparecida: “A igreja é chamada a repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais. Ela não pode fechar-se frente àqueles que só vêem confusão, perigos e ameaças ou àqueles que pretendem cobrir a variedade e complexidade das situações com uma capa de ideologias gastas ou de agressões irresponsáveis. Trata-se de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários. Isto não depende tanto de grandes programas e estruturas, mas de homens e mulheres novos que encarnem essa tradição e novidade, como discípulos de Jesus Cristo e missionários de seu Reino, protagonistas de uma vida nova para uma América Latina que deseja reconhecer-se com a luz e a força do Espírito.” (DA. Intr.n.11)
Neste mês das missões, cala profundamente em nosso coração a interpelação que nos dirige o Senhor Jesus através deste trecho da introdução ao Documento de Aparecida. Não somos apenas convidados a uma revisão do nosso agir evangelizador, mas somos instados energicamente, pelo Senhor Jesus, a examinar nossa vida cristã, para ver se de fato já somos “estes homens e mulheres novos” de que fala o texto citado, e se realmente sinalizamos no nosso modo de ser e de agir, como católicos, a radical experiência do encontro pessoal e comunitário com o Senhor Jesus. O ardor missionário não pode germinar em um coração frio, que se contenta com uma religiosidade superficial, até mesmo sincrética, na condução de sua vida cotidiana.
Somente um coração “novo”, abrasado de amor e de paixão por Jesus Cristo é capaz de derrubar as muralhas de seu pequeno mundo pessoal ou familiar, para abraçar a Obra da conquista de tantos e tantas para o caminho do Reino de Amor, de Justiça e de Paz!
Somente um coração apaixonado pelo Senhor, fruto de uma experiência marcante da Pessoa Divina deste mesmo Senhor, pode atirar se à luta pela conquista da nossa Juventude para Cristo, assim como maravilhosamente fez Bento XVI indo ao encontro da Juventude Mundial em Madri, para falar-lhes, com coração de Pai e amigo, sobre Jesus Cristo e seu amor divino por todos nós.
A própria celebração do Dia Nacional da Juventude – DNJ, no final deste mês, deverá ser um momento de forte experiência deste encontro com Jesus Cristo, com a corajosa proposta, feita com ardor missionário, aos nossos jovens, de um novo modo de ser e de construir a sociedade e a Mundo a partir dos valores do Evangelho.
Cabe a nós, pastores, em nossa Arquidiocese, a responsabilidade bem grande de testemunhar uma vida de homens “embriagados” pelo Amor de Jesus Cristo, que tudo deixaram para se consagrar inteiramente a Ele e capazes, por isso mesmo, de todo e qualquer sacrifício para que Ele seja acolhido em todos os corações, especialmente nos corações de nossos jovens e no seio de nossas famílias.
Que a intercessão materna da Santíssima Virgem do Rosário nos ajude a sermos cada vez mais autênticos discípulos missionários do Senhor Jesus, na sua Igreja.

+ Dom Fr. Alano Maria Pena OP
Arcebispo Metropolitano de Niterói

terça-feira, 1 de novembro de 2011

missa dos 50 anos de Dom Alano Oficial

A Palavra meditada hoje está no Salmo 6


"No momento que tropeçamos e caímos num pecado, o coração de Deus se enche de misericórdia e compaixão, porque quer nos levantar", nos consola Márcio"

Foto: Wesley Almeida
 
Esta passagem bíblica recai sobre os nossos corações para nos dizer que se cairmos não devemos perder a paz do nosso coração. Não devemos perder a confiança no Senhor, porque Ele quer nos manter perto para nos fazer homem e mulher fortes.
Cada queda que evitamos diminui os males sobre nós. A vontade de Deus é que fiquemos firmes, pois Ele não nos abandona quando caímos. É quando lutamos para evitar a queda que mais precisamos de Deus.
No momento que tropeçamos e caímos num pecado, o coração do Senhor se enche de misericórdia e compaixão, porque quer nos levantar. No momento de um erro, fracasso ou de um pecado é quando menos merecemos o amor de Deus, mas é quando mais precisamos ser amados por Ele. Então, não podemos desanimar e perder a confiança, mas nos voltar ao Pai pela oração e fazer do Salmo 6 as nossas palavras de oração.
A ira e a indignação de Deus nascem de certos pecados que cometemos, portanto, não recaem sobre nós, mas sobre nossos pecados. O Senhor quer destituir o mal da nossa vida, mas nunca nos destruir junto com esse mal.
Muitas vezes, deixamos o Senhor muito nervoso pelos pecados ou más atitudes que cometemos, mas Sua ira não se volta contra nós. Assim como um pai que quer afastar o filho das más companhias, das drogas, de algo que está lhe fazendo mal, assim Deus quer fazer conosco para nos afastar de todo mal que recai sobre nós e nos prejudica.
O Pai se ira com os males que nos prejudicam e entram em nosso coração por meio das decisões e atitudes que tomamos. Mas Ele é paciente conosco, nos compreende e têm compaixão de nós. Deus espera por nós.
Meu irmão, se você cair novamente, levante-se, pois o mais importante é o ato de você se levantar. É preciso que você se levante agora e não queira ficar nessa situação. Deus vai lhe dar toda a proteção e todo o amor. Com o amor, do Senhor você se restabelece para levantar. Então, queira se levantar e se despedir de tudo o que é ruim.
Deus é paciente e sempre nos dá uma nova chance. Nós podemos ter dificuldade de nos dar uma nova chance, mas, a cada dia, Ele as renova e nos dá uma oportunidade inteiramente nova para fazer tudo diferente.
O pecado elimina a nossa confiança em Deus e nos faz esvaziar de Sua graça, que é tão abundante em nossa vida. Quando deixamos o mal nos atingir é o momento que mais precisamos clamar a Deus e nos voltar a Ele em oração, porque Ele é nosso refugio e socorro.
Devemos romper com o pecado e deixar todo o resto nas mãos de Deus.

Márcio Mendes
Missionário da Comunidade Canção Nova
Transcrição e adaptação: Rita Bueno

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Preciso de uma vaga!!!

Bom dia!
Olá, meu amigo, não tive outro jeito, peço desculpas antecipadas por te incomodar, mas é urgente.
Tenho um amigo que veio de muito longe e precisa ficar em algum lugar.
Sendo assim , indiquei sua casa . Ele vai te procurar.
Te peço que o receba, trate-o bem e, se possível, o ame. O nome dele é....

Jesus Cristo
 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Formação

Por que há pouca participação de fiéis nas igrejas?
As ausências na igreja podem provir de motivos circunstanciais

É fato conhecido que a frequência de fiéis aos atos litúrgicos dominicais se apresenta de maneira muito diferenciada de um lugar para outro. Há aquelas regiões onde as igrejas estão sempre cheias aos domingos. Por isso elas têm mais facilidade para manter os trabalhos pastorais, ter boa catequese, erigir belas igrejas, despertar muitas vocações sacerdotais. "Uma só coisa peço ao Senhor: habitar em sua casa por toda a minha vida" (Sl 27,4).
Já em outras regiões, há muitas atividades civis no Dia do Senhor, mas, nas igrejas, só aparecem uns "gatos pingados". Nelas, há muita dificuldade em cumprir qualquer plano pastoral, os templos são desleixados, não há catequese e, no seu horizonte, não desponta nenhuma vocação sacerdotal nem líder religioso. Sempre fui curioso para descobrir por que algumas pessoas, apesar de serem convictamente católicas, raramente frequentam a igreja. "Vou propor-vos um enigma" (Jz 14,12).
As 4 razões poderiam ser estas, acrescidas de melhores explicações por parte de quem enxerga mais longe.
1 – As ausências à igreja poderiam provir de motivos circunstanciais, como estado de saúde precária, grave cansaço, distância, perigos de vida;
2 – Os serviçais da Liturgia são dirigidos por pessoas muito difíceis de lidar, o padre é muito temperamental, não existe esforço por parte de ninguém para melhorar o canto ou não há criatividade; só se percebe mesmice sem entusiasmo;
3 - Percebe-se uma solerte influência inibidora de religiões que não buscam a oração comum. Sua tradição está distante da vida comunitária. Os espiritualistas promovem atos de caridade – o que é louvável –, mas não estimulam seus membros a se reunir e prestar culto a Deus. Eles não ensinam isso aos católicos, mas essa mentalidade passa, "por osmose", onde sua presença é muito forte;
4 – O último motivo chega até a ser polêmico, mas muito real. Algumas pessoas não têm vida ilibada, podem ser mentirosos, injustos, devassos, infiéis no casamento, promotores de discórdia ou falhos na sua fé.
Tudo isso numa graduação diversificada. Tais pessoas não se sentem à vontade entre cristãos que querem praticar justamente o contrário. Ficar longe de tal comunidade é a tendência mais normal. "Os injustos não permanecem de pé junto da assembléia dos justos" (Sl 1,5). Você concorda? Ou podem existir mais razões?

D. Aloísio Roque Oppermann scj
domroqueopp@terra.com.br

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Esta me foi enviada por Orlando Valongo via email

Nunca esqueça, nada acontece por acaso!!

Ricardinho não agüentou o cheiro bom do pão e falou:
- Pai, tô com fome!!!
O pai, Agenor , sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência....
- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai!!!
Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente.....
Ao entrar dirige-se a um homem no balcão:
- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois sai cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!!!
Amaro , o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho...
Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão, bife e ovo...
Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua...
Para Agenor , uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá......
Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada...
A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades...
Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:
- Ô Maria!!! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?!?!
Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer...
Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho...
Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas...
Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório...
Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de
pequenos 'biscates aqui e acolá', mas que há 2 meses não recebia nada...
Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias...
Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho...
Ao chegar em casa com toda aquela 'fartura', Agenor é um novo homem sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso...
Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores...
No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho...
Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando...
Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele
chamava-o para ajudar aquela pessoa...
E, ele não se enganou - durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres...
Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar...
Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta...
Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula.....
Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros , advogado, abrindo seu escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro...
Ao meio dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o 'antigo funcionário' tão elegante em seu primeiro terno...
Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço...
Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho , o agora nutricionista Ricardo Baptista....
Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um...
Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que a mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido...
Ricardinho , o filho mandou gravar na frente da 'Casa do Caminho', que seu pai fundou com tanto carinho:
'Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço.. Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma.. E, que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar!!!'
(História verídica)
Se acharem que vale a pena repassem, pois nunca é tarde para começar e sempre é cedo para parar!!!
Que Deus te abençoe poderosamente lhe concedendo o dom da fé e da caridade.. Fazer obras de caridade não nos garante a salvação, isso é nossa obrigação como cristãos.

TODA HONRA, TODA GLÓRIA E TODO O LOUVOR PERTENCEM A DEUS. AMÉM

domingo, 23 de outubro de 2011

FORMAÇÃO

Perdão, coisa de gente inteligente
O portador do ódio é sempre o mais prejudicado

Uma de nossas reações mais comuns diante do sofrimento é a busca de justificativas e de culpados para tais situações. Não é fácil lidar com a dor, mais difícil ainda é enfrentar perdas e injustiças. Qual o pai que, ao perder seu filho em um assassinato, não ficará revoltado? A dor humana é compreensível e não pode ser pormenorizada, porém, precisamos aprender a trabalhá-la em nós.


Diante da injustiça, a mágoa e a revolta são consequências reais, contudo, a história nos revela que tais realidades são apenas consequências da dor e não um remédio para ela.

A violência sempre gerará mais violência, desencadeando assim um gradativo processo de disseminação do ódio, o qual, por sua vez, nunca encontrará o seu fim.

Mas como finalizar esses processos inaugurados pelo ódio? Para a violência se ausentar faz-se necessário a consciência de que um dos lados precisará ceder, perdoando.

Somos muito orgulhosos, em consequência do pecado original enraizado em nós e, por vezes, contemplamos as situações somente a partir do ângulo de nossas próprias razões. Nunca queremos dar o “braço a torcer” e queremos sempre ter a razão nas situações. E, muitas vezes, até a [razão] possuímos mesmo, contudo, “amar significa perder para ganhar” e perdoar é abrir mão da própria razão por uma realidade mais nobre.

Por mais injustiça que tenhamos experienciado, a atitude mais racional diante dessa realidade é o perdão. Por quê? Porque a mágoa nos torna pequenos e empobrecidos demais, além de ser a raiz de inúmeras enfermidades (segundo muitas comprovações científicas). O portador do ódio é sempre o mais prejudicado. Quando estamos magoados pensamos na pessoa que nos causou a dor durante as 24 horas do dia e acabamos por “aprisioná-la” dentro de nós.

Aquele que alimenta o ódio enxerga apenas a si mesmo e o seu sofrimento, fragmentando assim a própria existência e deixando de lado outras realidades essenciais. Quem vive magoado não tem qualidade de vida, não tem paz…

Perdoar é extinguir a trama de angústias que o ódio produz em nós, é libertar-se para descobrir a beleza até mesmo na desventura.

Sei que, em determinadas situações, o perdão não é coisa fácil, porém, perdoar é uma questão de decisão e não de sentimento. A graça de Deus não nos desampara, ela está sempre pronta a auxiliar aqueles que desejam verdadeiramente viver a reconciliação.

Não percamos mais tempo: libertemo-nos de toda mágoa! Existe muita vida para se viver e ainda muita alegria/realização para se conquistar.

Coragem!

Padre Adriano Zandoná


Adriano Zandoná é padre e missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em Filosofia e Teologia, é articulista e apresenta o programa “Em sintonia com meu Deus” de segunda a sábado – 6h15min – pela TV Canção Nova.

http://twitter.com/peadrianozcn

http://blog.cancaonova.com/padreadrianozandona